segunda-feira, 30 de agosto de 2010

colages do beco perdão! mas isso ainda é visão poética.


A formiga morta continua na tela do computador e agora começaremos:
...em outros países poderia ser confundida com alguma cidade fria em um feriado de fim de ano, mas não passa de uma ensolarada cidade tropical do nordeste brasileiro em que transitam realidades imutáveis...
As crônicas do beco da lama.


Por trás de uma das ruas principais da cidade do Natal, reside uma realidade universal que tempera os becos e vielas com boemia, corrupção, vícios e pirataria.

1º capítulo: Sexta-feira

Em plena sexta-feira o cheiro da sede e fornicação dos corpos que perambulam entre calçadas esburacadas e sujas de panfletos de dentistas e curandeiros mentirosos, pessoas com intenções mesquinhas de liberdade.
Alguém foge de uma loja em direção a um ônibus, com a ânsia de chegar em casa para abrir o pacote de mais uma nova futilidade que acaba de parcelar, querendo sentir o cheiro de novo quando romper o plástico. Engraçado como alguém se contenta em comprar bugigangas modernas, enfiadas de goela abaixo por propagandas estrelando mulheres magérrimas com depressão e anorexia, mais com sorrisos perfeitos e roupas de cores berrantes, embaladas por repetições enfadonhas dos jingles de televisão. Tudo isso faz barulho nas causadas, somado com conversas gritadas a respeito da última rodada do campeonato nacional de futebol, gritos ritmados de “vende-se vassouras!”, e gritos escandalosos das roupas que cobrem corpos fartos e sem vergonha de mulheres com vidas noturnas, e garotas que se esfregam em senhores solitários, em um parasitismo mútuo e oportunista. O senhor grisalho se sente como um principiante procurando uma forma segura de arrasta lá para um quarto imundo de um hotel de reputação duvidosa, se esforçando para não lembrar de sua filha que tem as mesmas gírias da ninfeta desfrutada. Enquanto isso no bar mais próximo um jovem dotado de excelente forma física, conquistada com injeções diárias de ânimo, anabolizantes de cavalo e força de vontade, se aproveita de um homossexual decadente que começa a chorar depois da quinta dose de conhaque, lembrando de seus tempos áureos e de como é caro arrumar companhia.
Grita escangotando-se para trás e erguendo os braços “nada é de graça nesta vida!”

Um comentário:

jefferson lyra disse...

esse velho beco, rsrsr, sexta tem reggae. lembra di mim tio admilson? rssrsr. não eskeci do seu blog nem da historia do lagarto em sua saga. rsrsrs.
abraço ao professor + louco q ja tive.
jefferson, americano seu aluno 8ª serie e 1º ano CPU, na epoca namorado d isadora, tirei um 10 duas vezes lembro tbm e tive uh nariz arrebentado no meio do ano.
axo q uh senhor deve lembrar. felicidades, e tenho saudades do senhor cantando nas aulas em tempos q se podia brincar e trabalhar.