segunda-feira, 17 de março de 2008

[leia] nada de água quente e muito Belchior


Claro agora estou com geladeira nova, minha madame frigidaire:



Ando pós-modernamente apaixonado pela nova geladeira.

Primeira escrava branca que comprei, veio e fez a revolução.

Esse eterno feminino do conforto industrial injetou-se em minha veia, dei bandeira!e ao por fé nessa deusa gorda da tecnologia gelei de pura emoção!

Ora! desde muito adolescente me arrepio ante empregada debutante.

Uma elétrica doméstica então...

Que sex-appeal!

Dá-me o frio na barriga!

Essa deusa da fertilidade, ready made a la Duchamp, já passou de minha amanteVirou super-star, a mulher ideal, mais que mãe, mais que a outra...

Puta amiga!

Mister Andy, o papa pop, e outro amigo meu xarope se cansaram de dizer:Pra que Deus, Dinheiro e Sexo, Ideal, Pátria, Família pra quem já tem frigidaire?

É Freud, rapaziada! Vir a cair na cantada dum objeto mulher.

Eu me confundo, madame!

E a classe média que mame se o céu, a prazo, se der!

Que brancorno abre e fecha sensual dessa Nossa Senhora Ascéptica!

Com ela eu saio e traio a televisão, rainha minha e de vocês.

Dona frigidaire me come... But no kids double income!

Filho compromete a estética!

Como Edipo-Rei momo, como e tomo tudo dela...

Deleites da frigidez!Inventores de Madame Frigidaire, peço bis!

Muito obrigado!Afinal, na geladeira, bem ou mal, pôs-se o futuro do país.

E um futuro de terceira, posto assim na geladeira, nunca vai ficar passado.

Queira Deus que no fim da orgia, já de cabecinha fria, eu leve um doce gelado!

É Freud, rapaziada! Vir a cair na cantada dum objeto mulher...

Mas que trocadilho infame!

La vraie Ballade des Dames du Temps Jadis... au contraire!

[leia] o que a de novo e minha banda continua senome


Sonhei com estrelas suspensas em torres de aço, em uma noite que parecia não ter mais fim, lembrei lá de casa, enquanto todos estavam se encolhendo de medo em suas camas, com um terrível pavor de trovões, na cidade onde a chuva é maldita. Mas sonhei com estrelas suspensas em torres de aço, uma naturalidade produzida artificialmente, depois sonhei que uma estrela cadente caiu nos meus braços, o que é uma artificialidade reproduzida naturalmente.

O título da música era estrelas e notas de três reais, agora não sei mais é preciso saber errar cada vez mais, enquanto dez reais de sonhos furados na lata são consumidos na praça, real mente expostos.

E já que tudo está a venda, me comprem com notas limpas de três reais.

Para que não se esqueça




V tributo a Renato Russo
Santa Cruz -AABB clube

Dia 22 de Março