
Não dá para se concentrar no barulho... isso é um fato!
Enquanto fuma o cachimbo ouvindo bossa nova, e fazendo barulho com assuntos irritantes e mesquinhos, o sol brilha e ele se irrita com o calor, estando em uma sala com ar condicionado, enquanto um operário na sala ao lado, faz barulho de martelo, e ele se irrita!
Pobre burguês rico, marciano em um mar de português mal falado, sua pobreza, sua criptônita é sua maior franqueza, enquanto exige e cobra tudo aquilo que lhe é conveniente, seu mundo se resume na necessidade da satisfação de não necessitar de nada, sue maior triunfo e ser invejado, inflar seu super-ego com o olhar de um transeunte, no qual ele sente o desejo ao ponto de ouvir seus pensamentos,” eu queria ter isso e não posso”.
Essa satisfação gera um altíssimo gral de falta de educação, comunicação e insensibilidade, seu pai é da marinha, sua mãe é dona de casa e adora cãezinhos gritantes, nuca faltou nada, não come nada requentado, odeia caro do ano passado; mas ele vive, ele fomenta, enquanto o operário esta com o salário atrasado, fazendo barulho na sala ao lado, e ele pede bastante irritado para fazer silencio, pois precisa fazer um comentário para seus colegas.
Eu prefiro um rico besta que já foi pobre, já que eu entendo sua besteira, pois ele odeia tudo que não lhe pertence mais, tudo que ficou pra trás, o seu antigo mundo, pela necessidade de alto afirmação através dessa negação; do que um rico que sempre foi rico, que sente que a pobreza é uma doença que não corre nas suas veias, o tornando incapas de perceber a serenidade das coisas, ao invés de nega-las, no fundo ele se sente como um boçal ouvindo a bossa nova sendo marciano na lua e irritado com a luz solar.
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