
Do acrílico ao pó.
Estávamos em vontade, sem força, queríamos ir para qualquer lugar, mas ainda éramos jovens e queremos algo da vida, um pouco mais que só respirar.
Entre o cinza, e o verniz de tardes cor de anil, deslizávamos no tempo, tardes quentes de janeiro, verão constante tanto quanto a solidão adolescente, mas a noite caminhávamos sem destino algum, sem algum destino “ouvindo um pampa no walkman“, ainda existiam pessoas que sonhavam com um mundo melhor, apesar de esse mundo melhor ser nada mais do que a representação de um microcosmo individual aflorando em todas as realidades, querendo que o mundo seja do seu jeito, mesmo de qualquer jeito, mesmo Ranieri o destruindo com um espirro fruto do pó e uma renite alérgica.
Enquanto isso desafinávamos o coro dos contentes:
Aculturados, sempre com fome
Não temos nada não temos nome
Somos fantasmas sem fanta e sem agonia
Que no horário nobre destrói o dia-dia
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