terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Dr. Pitter Control e a Srta. M. Flinth



Esse testo é baseado em uma história que nunca existiu fruto de minha imaginação, por tanto qualquer semelhança com a realidade é mera coincidência.
Em uma bela tarde de primavera a Srta. M. Flinth passeia pela avenida principal da cidade, ao ver tarde tão bela por impulso ao se aproximar de uma café na esquina da praça do centro, inclina se sobre a mesa e senta-se elegantemente, pede café com leite, e se recolhe em seus pensamentos. Quando está quase decidindo ir embora, reconhece um rosto a muito não visto, era Control, e se esforçava para lembrar do seu antigo apelido. Ele a reconhece e não vê problema em se aproximar:
- Srta. M. Flinth!
Ele jamais se esqueceria de um rosto, ainda mais um de tão perfeita simetria, qualidades que não possuía.
- Sr. Control, a quanto tempo!
Ela ainda encabulada por não lembrar ter lebrado de como ela lhe chamava, e vem a mente a palavra “Coração” , e tem o pensamento interrompido.
- Dr. Pitter Control, por favor, agora sou assim conhecido, mas pode me chamar de Pitter, como fazia no passado...
Ela aliviada, e ao mesmo tempo querendo não dar tantas intimidades:
- Dr. Control, mas quem diria!
E no que é Doutor?
Pergunta em um súbito surto de curiosidade feminina, quase incontrolável, porém nada demonstrado. E ele a responde:
- Psicanálise...
E antes que ela pergunte:
- É um novo ramo da ciência médica que trata da cura mental por meio de palavras, de modo a levar o bem estar físico ao induzir o equilíbrio.
Ele se toma por um imenso pavor por ter parecido arrogante a mulher que um dia foi tão gentil, com suas palavras de cientista, e se sente angustiado por parecer pretensioso. Mas ela retruca com desdém:
- ¿E como será possível alguém se currar com palavras?
- Srta. M. Flinth, o mérito das ações através das palavras é sim questionável as mentes travadas, porém são essas as que mais facilmente manipulamos para que elas mesmas obtenham o que é desejado. E das mentes libertas, essas não necessitariam pagar pelo simples prazer do desafio que é entender os inquietos.
- E existe alguém que pagaria para ser estimulado a própria manipulação, ou sentir se desafiado a preencher o seu ego. Não seria mais fácil ter amigos e família, onde o amor bastaria para superar as supostas crises? Não seria mais fácil suplicar a Deus para sanar os conflitos de uma alma pecadora?
- Deus não é a questão Srta. M. Flinth. A coisas que os homens da terra tem que resolver, e não pedir ajuda a Deus, pois estaria antes de mais nada recorrendo a própria fé, e é esse o mérito da questão, si próprio, trabalho tentando induzir as pessoas a auto cura de seus males e problemas. As respostas de todas perguntas que elas me fazem só elas mesmas podem responder com satisfação.
- De fato entendo a sua paixão por ciência tão nova, com diz você ajuda as pessoas. Isso já me conforta, pessoas preocupadas com pessoas.
Diz em um tom juvenil, e ele admite que ainda é uma mulher bela e o tempo foi generoso com ela.
- Sim, mas devo admitir que não seja nada fácil, principalmente quando tratamos de problemas adstratos com o amor.
- Explique-me melhor doutor!
Afirma ela com um ar de ironia, já percebido pó ele.
- É extremamente difícil convencer uma pessoa que ela está sozinha depois de anos de relacionamento, no âmbito humano existe a necessidade de companhia, o que mostra a natureza de sociedade humana, teoricamente “juntos somos mais fortes” mas a contradição a ser posta em uma obra social torna o individuo diferente, o solitário é antes de mais nada diferente, o que o torna desigual pondo as diferenças como parede a massa homogeneizada que não se esforça em transpor esse obstáculo, dentro deste ponto de vista estaremos esperando sermos iguais para sermos aceitos socialmente e a busca pelos individualismos nos leva a solidão.
Ela perplexa pergunta:
- ¿Não há maneiras de transpor tal muro? São as igualdades que ligam? Os isolados são humanos e isso já basta para que se tornem sociáveis, o que a humanidade sofre para aprender é aceitar as diferenças.
- A única coisa que conheço que pode transpor a diferença é o amor, sentimento humano mais questionável. Os isolados, os solitários todos já tiveram experiências com o amor, e o que eu tento mostrar é que a fraqueza deles é seu maior trunfo, o que os deixam enfraquecidos e a maior das fortalezas, o que os aflige é uma arma fatal a seus inimigos, a dor que sentem é morfina para as torturas do mundo.
Ela está chocada,em que esta figura se transformou? Desde que eles deram o último beijo, desde a última vez que ele a viu despida, nua...Como é possível que as coisas tenham mudado tanto, mas em seu mais profundo pensamento sabe que todo isso já estava contido naquele ser, e que sempre irá se martirizar por não ter coragem de perguntar se o discurso é uma indireta a solidão que ele sofrera depois do fim de um relacionamento. E decide ficar calada imóvel.
- Em fim, procuro usar de minhas experiências para mostrar que estar sozinho é estar apaixonado por si mesmo, que para acabar com o mal da solidão é necessário esquecer de si, adormecer pelo veneno da paixão e só enxergar o objeto de seu desejo,se apaixonar é uma droga das mais poderosas pela quantidade de desejo que se sente, mesmo sem saberem que sua individualidade não foi esquecida, pois amam seu poder de desejar mais do que o objeto de desejo.
E a tarde se vai, se faz um minuto de silêncio...


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